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Redação

Coletivo Amaronai lança a venda de seus absorventes de pano para mulheres de todo o Brasil

Atualizado: 6 de ago.

O coletivo Amaronai, uma iniciativa de dignidade menstrual na comunidade Assunção do Içana, no Alto Rio Negro, no Amazonas, acaba de completar 2 anos de atuação. O projeto que tem a missão de promover soluções menstruais sustentáveis e saudáveis, atuando na preservação do meio ambiente e na geração de renda e autonomia para mulheres, se uniu com a marca Korui (empresa de absorventes reutilizáveis) para a produção dos absorventes de pano para atender a comunidade indígena com preço de custo. A novidade é que agora eles serão vendidos para mulheres de todo o Brasil. Além disso, um programa de doação foi criado para garantir a distribuição do absorvente aquelas mulheres que não têm condições de pagar pelo produto. As doações são feitas pelo site do projeto onde a cada 3 absorventes vendidos, 1 é doado.


O Amaronai teve início em 2019, quando as mulheres de Assunção do Içana conheceram os absorventes reutilizáveis e se encantaram, mas com o preço alto e a dificuldade na logística para entregar o produto na comunidade, impossibilitou que as mulheres conseguissem comprá-lo. Já em 2020, a parceria engrenou de vez com o envolvimento de Francy Baniwa e Julia Bernstein, que pensando em soluções viáveis para sanar este problema da comunidade indígena, acionaram a Korui contando sobre a ideia e o desejo de colaborar com a marca para torná-la viável.


Korui embarcou no projeto, se comprometendo a garantir a transferência de tecnologia e o fornecimento das matérias-primas. Assim, um projeto autossustentável de produção de absorventes reutilizáveis por mulheres indígenas para venda a preço de custo para indígenas começava a ser construído - faltava o dinheiro para iniciar os trabalhos!  


Foi então que, em 2022, o Fundo Indígena do Rio Negro acreditou no projeto e financiou as primeiras despesas para dar início à produção. A iniciativa funciona assim: A Korui vende os tecidos já cortados e mulheres do projeto costuram e gerenciam a ação na comunidade, com apoio e formação das parceiras não indígenas. Assim, os absorventes, produtos deste trabalho, são vendidos a preço de custo para mulheres indígenas da região.


Por meio de parcerias e doações, muitos absorventes já viajaram para outras terras indígenas do Brasil. E, a partir de agora, os absorventes produzidos pelas mulheres de Assunção do Içana serão também vendidos para mulheres não indígenas de todo Brasil pelo site da Korui. “Com essa parceria, trouxemos nosso conhecimento ancestral aliado à tecnologia do tecido. A mulher se sente segura, além de proteger o próprio corpo. O impacto é enorme, teremos menos lixo, menos exposição espiritual e mais proteção do corpo feminino”, conta Francy Baniwa, líder indígena à frente do coletivo. 


O projeto já recebeu apoios do Fundo Casa Socioambiental, do fundo alemão Umverteilen! Stifung für eine, solidarische Welt, além de ter sido indicado ao prêmio internacional The Earthshot Prize.




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