foto: divulgação
A partir de hoje (14), os educadores de todo o Brasil passam a ter acesso a um conjunto de materiais para estudo e construção de atividades pedagógicas de combate ao racismo para desenvolvimento em sala de aula. O manual, intitulado “Por uma infância escrevivente: práticas de uma educação antirracista” traz diversas sugestões de oficinas orientadas à cultura de equidade entre os estudantes. Além disso, a publicação explica o passo a passo de sua execução pelos professores, desde a lista de materiais necessários até como concluir da melhor maneira cada prática.
Em suas páginas, é possível aprender como fazer uma oficina sobre a culinária afro-brasileira voltada às crianças. Também há a sugestão de incluir o conhecimento sobre culturas populares, ritmos e características de musicalidades afro-brasileiras em atividades simples, como “Faça o que mestre mandar” ou “Boca de forno”, como a brincadeira é conhecida na Bahia.
O conteúdo do livro tem a colaboração das professoras, Cristiane Melo, Elisiane Lima e Mabian Ribeiro, sob a coordenação da professora e etnopesquisadora Fátima Santana. Todas são educadoras negras, que pesquisaram maneiras de contemplar a agenda antirracista dentro da realidade da escola pública brasileira.
Para Fátima Santana, ações como essas são capazes de promover o contato das crianças com os saberes oriundos dos povos africanos. “A partir dessa experiência coletiva, buscamos dar visibilidade ao repertório de histórias e memórias afetivas dos alunos, famílias e equipe pedagógica, na perspectiva de uma educação comprometida com os valores identitários da cultura negra e baiana”, explica.
Além das atividades lúdicas, o livro propõe aos educadores vários questionamentos sobre a educação antirracista, como: Quem você chama de linda? Por que não decorar a sala de aula com imagens e personalidades femininas negras? Como é a conduta das professoras auxiliares com as crianças negras? Você só fala sobre o negro no dia 20 de novembro?
A publicação digital pode ser baixada na biblioteca do Anansi - Observatório da Equidade Racial na Educação Básica. Pela iniciativa de Fátima e as demais professoras, também foi escrito um “Livro de Memórias”, com narrativas das participantes sobre o ato de ensinar às crianças por meio das oficinas.
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